Certa vez em conversa com meu amigo (e guru musical) Marcos falávamos dos males da profissão jornalista (profissão esta que ele iria seguir, mas desistiu no meio do caminho). Depois de muito dialogar, chegamos a conclusão de que uma das mais tortuosas atividades deste fatídico ofício são meios de se obter a verdade, tarefa que na maioria dos casos, não é deveras satisfatória e os resultados podem ser irreversíveis.Basicamente esta é base de Capote, filme do diretor estreante Bennet Miller.
Ao contrário do que muitos dizem, a película não é uma biografia e sim o retrato fiel do desgastante processo de criação da obra À Sangue Frio escrita por Thuman Capote onde o mesmo manipula de todas as formas possíveis e imagináveis (usando às vezes do artifício de mentir) em prol da descoberta dos reais motivos do brutal assassinato de uma família norte – americana no final da década de 50, idealizado por dois jovens. Terminado o ardoroso processo, que perdurou por anos à fio, o livro tornou – se uma sucesso de vendas colossal nos EUA.
Entretanto, nem tudo são flores já que as sequelas deixadas foram impactantes e resultaram num processo de falta de criatvidade e culminou em sua morte, causada por alcoolismo, na década de 80.
Além do roteiro intrigante, as atuações de Phillip Seymor Hoffman (o eterno Lester Bangs de Quase Famosos) no papel de Capote e Catherine Keener (interpretando a escritora e fiel escudeira do autor, Nelle Harper Lee), são realmente de tirar o fôlego. Merecidamente Hoffman faturou a estatueta de melhor ator no último Oscar.
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