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29 de agosto de 2006

Carrossel musical

Certa vez Lulu Santos fora questionado, em entrevista realizada pela revista Bizz, se algum dia todos os gêneros musicais estivessem em extinção e apenas um sobreviveria ele optou pelo blues. Respondendo esta mesma questão eu optaria pelo folk. E o Skank também. Prova mor desta opção é Carrossel mais novo rebento dos mineiros.
Finalizando a pseudotrilogia iniciada em Maquinarama, disco no qual a banda iniciou a busca por novas sonoridades, Carrossel tem como cartão de visitas "Eu e a Felicidade" mais uma maravilhosa parceria entre Samuel Rosa e Nando Reis. Calcada na sonoridade folk/rock a faixa além de deter uma boa letra também poderia figurar perfeitamente em Sim e Não, mais novo disco de Nando.
A meta-canção "Um Canção é Pra Isso", primeira música de trabalho, contagia o ouvinte desde a primeira audição. Não à toa a mesma já é hit e figura no dial das rádios de todo país.
"Até O Amor Virar Poeira" é um dos pontos altos do disco graças a sonoridade brit remetendo aos ingleses do Supergrass fase Life On Other Planets.
Em termos de produção a mesma fora dividida por dois feras das mesas: Chico Neves (que trabalha com o grupo desde Maquinarama) e Carlos Eduardo Miranda que não necessita comentários.
Em síntese o disco vai por aí ao colocar em notas e versos o ideário Beatle (fase adulta) primando ora pelo psicodelismo, ora pela busca do pop perfeito (ouça a balada "Seus Passos").
Nos dias atuais ouvir um disco como este é gratificante, pois o mesmo tem potencial radiofônico impressionante e com isso pode despoluir um pouco as viciadas Fm`s.
Um disco que coloca novamente em foco a questão defendida por toda a crítica atual que afirma que a cena brasileira está morta. Mas graças a trabalhos como os novos de Marisa Monte, o já comentado Nando Reis e este Carrossel comprovam que existe sim vida fora do universo segmentado brasileiro.

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