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15 de outubro de 2005

How to be dumb.

É realmente impressionante como ser humano pode ser tão tolerante (ou idiota em alguns casos). Digo isso porque aconteceu algo esta semana que me deixou chocado. Explicando de forma direta tudo aconteceu assim: sabe aquela professora que nunca lhe ensinou absolutamente nada, não sabe trabalhar o conteúdo aplicado em sala e para completar não cumpre o que estipula? Pois é, nós na faculdade temos um destes "belos" exemplos.
Até então, ninguém da turma havia se prontificado a conversar sobre estes graves problemas, pois todos se esquivavam. Alguns alegando uma coisa, outros apresentando outras e ninguém corria atrás do prejuízo.
Mas eis que surge uma grande oportunidade (uma deixa para discussão durante à aula) e o que a turma faz? Nada. E ainda crítica quem fez tal reclamação, tachando de "adolescentes" e tudo mais.
É complicado e inexplicável atitudes como esta, já que, grande parte dos alunos reclamam da tal professora mas na hora de cobrar ninguém foi capaz de dirigir a palavra.
Até quando as coisas serão assim eu não sei, mas como também sou um idiota (principalmente por acreditar que este mundo em que vivemos ainda tem salvação) clamo e luto por mudanças (por simples que sejam) que podem tardar, mas chegarão um dia.
Tirando esta problema meus dias não foram muito diferentes dos outros saca só:

Cinema
Já havia três semanas que não ia ao cinema e estava começando a ficar louco.
Sem muitas opções, preferi assistir ao bom suspense A Chave Mestra que perdura à praticamente três meses em BH.
O roteiro cativante (que não lhe deixa piscar) e atuação sempre estonteante de Kate Hudson valem o ingresso. Ah! E o final é surreal.
Agora a expectativa fica para os novos de Burton (de novo?), Cameron Crowe, Win Wenders e Lars Von Trier que anida neste ano devem chegar às telas brasileiras.
Música
Dias movimentos no quesito musical. Nem sei por onde começar...
Bom começou pelo disco que estou ouvindo agora, neste exato momento, o ótimo Have You Fed the Fish?, discão de Badly Drawn Boy que não deve em nada ao anterior, About a Boy, trilha sonora do filme adaptado daquele livro de você sabe quem né?
Já Elvis Costello continua bem cotado (ou ouvido) por aqui. Por agora a coletânea The Very Best Of e Mighty Like a Rose são as opções. Sobre a coletânea é sempre aquela velha história: pouco abrangente, mas ainda sim vale o registro. Com Mighty Like a Rose a história é outra. O disco nada mais é do que um verdadeiro clássico do cantor, portador de um caminhão de clássicos como "So Like Candy", "How to be Dumb" e "The Other Side of Summer " entre tantos outros. Só de lembrar que o mestre estará entre nós daqui a alguns dias meu coração dispara.
Da ala 2005 discos novíssimos de Black Rebel Motorcycle Club, Super Furry Animals, Stephen Malkmus e Björk são os destaques.
Sobre Howl do BRMC faltam palavras para comentar de tão surpreendente é o disco. Os acostumados à sonoridade Jesus and Mary Chain de álbuns anteriores ficaram assustados ao ouvir este disco. Tudo porque após um período conturbadíssimo, recheados de brigas e a rescisão de contrato com a Virgin, a banda optou por dar uma guinada sonora no sentido literal da palavra. A guitarreira de outrora fora agora substituída por canções calcadas no folk, blues e gospel com qualidade de "gente grande". Alguém aí disse disco do ano? Talvez.
O Super Furry, cujo disco anterior (Phanton Power) foi uma verdaderira guinada pop na carreira do grupo, resolveu virar a casaca. Love Kraft, mais novo rebento dos galeses, é um álbum deveras difícil. Nas primeiras audições soou complicadíssima a nova proposta do grupo no qual doses cavalares de experimentalismo dominam o álbum. Foi somente lá terceira vez que o disco começou a "descer". Não é ruim (longe disso), mas sente-se falta de pérolas como "Golden Retriver" e "Hello Sunshine" (presentes em Phanton Power).
Drawing Restraint 9, novo trabalho de Björk, segue a praticamente a mesma linha do disco anterior, o belo e bizarro Medúlla. Praticamente porque o disco é na verdade trilha sonora do filme de mesmo nome dirigido pelo maridão, Mathew Barney, por isso é justificável a presença de várias faixas instrumentais. Björk, para se ter uma idéia, solta o gogó em apenas duas. Mas a melhor mesmo é a faixa de abertura "Gratitude" com os vocais de Will Oldhan (ex – Palace).
Após o assustador Pig Lib quem voltou ao caminho certo foi Stephen Malkmus. Volta esta que deve ser comemorada. Como prova disso temos o bacana Face the Truth, novo disco do cantor preferido do galera indie no qual todos os elementos que sempre fizeram parte da carreira de Malkmus estão lá: a sonoridade peculiar, às letras trivais, os refrães pegajosos etc. etc.. Welcome back Mr. Malkmus!
E como sempre no Brasil tudo precisa de um empurrão, as lojas neste segundo semestre estão recebendo um verdadeiro caminhão de "novidades" dos artistas que tocam por aqui até dezembro. Um deles é duo Kings of Convenience cujo belo disco Riot on na Empty Street (lançado ano passado) ganhou tardiamente edição nacional graças a agendada apresentação no Tim Festival.
E não para por aí: ao que parece nada mais, nada menos que seis discos do Flaming Lips ganharão edição nacional, além dos dois agora lançados por aqui do Moby (I like to Score e Animal Rights) mais um do Television e por aí vai. Bom, já que tudo funciona assim então que venham para nosso país muito mais artistas pelo amor de Deus!
Momento de leitura
Feliz Ano Velho do Marcelo Rubens Paiva como comentei é muito foda por muitas razões: a linguagem rasgada, o retrato de um período bacana (fim dos anos 70 inicio dos 80) e verdadeira aula de cultura pop dada pelo autor são algumas delas.
Agora estou dedicando me a As Pontes de Madison (que já recebeu adaptação por Clint Eastwood para às telas) e Sobrevivente mais uma obra - prima de Chuck Palahniuk autor do soberbo Clube da Luta.

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