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5 de julho de 2006

Dois pesos. Duas medidas. Ambos clássicos

Woody Guthrie e Pete Seeger. Você sabe quem são? Não? Então não tem meu respeito! Calm down, calm down it’s a silly joke. Eu explico para você.
Ambos são ícones mor da música folk do século passado. Não alcançaram o sucesso devido, mas influenciaram Deus (leia – se Bob Dylan) e o mundo.
O reconhecimento de suas respectivas obras ganharam nos últimos anos uma projeção maior graças a justas homenagens prestadas por artistas do primeiro escalão da boa música: Wilco junto ao bardo Billy Bragg e o chefão Bruce Springsteen.
No caso do Wilco a história foi mais ou menos assim: a filha de Guthrie encontrou em sua casa vários poemas não musicados pelo pai (escritos entre 1939 e 1955) e saiu a procura de artistas que adotassem a causa de musicar os mesmos. Porém, não com fins mercadológicos (como muitos pensaram na época) e sim no intuito de homenagear o cantor. Acertada a escolha de Billy Bragg e o convite aceito pela trupe de Jeff Tweedy, como banda apoio, iniciaram as gravações em 1997. O resultado destas gravações foram divididas em dois álbuns: Mermaid Avenue Vol. I e Mermaid Avenue Vol. II.
Sobre o primeiro (que é trilha neste exato momento) pode – se dizer que se trata de um disco que se Woody estive vivo iria, com certeza, fazê – lo soltar um largo sorriso de gratificação, pois Bragg e o Wilco trataram com respeito a obra do cantor. E difícil citar quais são os melhores momentos do álbum (já que são muitos) mas a balada “At My Window Sad and Lonely”, “One by One” e a country “California Stars” são alguns exemplos das grandes canções presentes aqui. Se Dylan aprovou que sou eu para discordar. Isto falando somente do Vol. I. Karina, por favor, o Vol. II desta preciosidade já!
Com Springsteen aconteceu assim: desde 1997 (coincidência não?) o cantor idealizou o projeto de homenagear o homem que mais o influenciou no campo musical: Pete Seeger.
Com sessões realizadas no mesmo ano, em 2005 e neste ano, o disco somente veio dar o ar de sua graça a poucos meses. Graça? E que graça! Tributos de qualidade como este são contados, desde de sempre, nos dedos e We Shall Overcome: The Pete Seeger Sessions é um belo exemplar de como se deve proceder (um verdadeiro manual de boa conduta) ao se prestar a homenagear alguém. Para as gravações Bruce contou que um time excepcional de jovens músicos, que somada a tradicional ajuda de alguns comparsas da E Street Band (sua banda de apoio a anos) ora reproduziram, ora recriaram as arranjos das canções de Pete.
No intuito de fidelidade, foram utilizados instrumentos tradicionais de canções folk que vão desde violões antiquados, banjos, violinos, tuba, percussão, acordeão, piano, trombone, saxophone e por aí vai.
O resultado de tanto trabalho não poderia ser outro: maravilhoso. Springsteen e cia realmente se dedicam ao máximo, emocionalmente falando, nas canções e chega a ser comovente / arrepiante algumas interpretações como as de “O Mary Don’t You Weep” e “Erie Canal”.
Abrilhantando ainda mais, o disco vem acompanhado por um DVD que demonstra um pouco como foram realizadas as gravações, no qual percebe – se um Springsteen de bem com a vida e satisfeito com o resultado alcançado.
E pode ter certeza Bruce, não é somente você que está feliz da vida com o tributo, pois eu, Hornby, Cameron Crowe e muita gente ao redor do globo não deixa de ouvir o disco por inúmeras vezes ao dia. De longe o melhor disco deste ano.

2 comentários:

  1. bom... já tenho os programas burladores de cópias protegidas no cd que gravei pra vc..junto com o Oh mercy....

    o avenue II tá preso aqui no meu pc...nem posso baixar nada nesse canguiço que vos fala...vida ruim.

    vai lencasa, pow.

    aproveita as férias!!!!

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  2. "California Stars" tá na minha lista de couves pra Cloth Doll -pena num estar pro resto da banda -e que venha o do Springsteen!!!!!

    :9

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