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26 de agosto de 2006

Considerações breves sobre a indústria fonográfica em 2006 – Parte 2

Dando continuidade sigo comentando o que de bacana fora lançado em 2006.
Se na lista anterior faltou o álbum clássico de 2006, eis que nesta segunda parte surge o grande candidato: Mr. Thom Yorke.
Thom Yorke - The Eraser: Já havia comentado sobre o mesmo, mas o disco ainda me fascina pela simplicidade quanto a sonoridade e aspereza quanto às letras. Um álbum comovente de um homem que ainda acredita na possibilidade de um mundo melhor. E a gente vai junto.
Strokes - First Impressions of Earth: Este já saiu a muito tempo e realmente é decepcionate. Quem achava que o disco anterior ruim (o mediano Room On Fire) descobriu que a criatividade dos nova - iorquinos começou a declinar agora. As cinco primeiras músicas são deveras boas (que coincidentemente são os singles do álbum), mas o restante de tão insoso lhe faz passar mal. Muito barulho por quase nada.
Walkmen - Hundred Miles Off: Que o documentário No Direction Home, de Martin Scorcese, mudou o mundo isto não é novidade. Mas os "filhos" deste trabalho começam a aparecer. O Walkmen agora junta - se ao seleto grupo de bandas cuja sonoridade (que neste caso era digamos "alternativa") é alterada em prol do folk rock Dylanesco. Ouça "Lousiana" e veja por que.
Primal Scream - Riot City Blues: Mais outra banda influenciada pelo documentário de Scorcese. Famosa por guinadas sonoras, agora a banda de Bobby Gillispie vai fundo nas raízes da música americana. Leia - se: folk, rock, blues e country. Deliciosamente bom.
Elvis Costello & Allen Toussaint - The River in Reverse : Dedicado as vítimas do furacão Katrina na cidade de New Orlens, Costello pegou os seus velhos comparsas (os Imposters) e uniu forças com o compositor Toussaint, tradicional músico da cidade, para a composição deste trabalho focado na sonoridade local: o R&B. E o resultado é lindo.
Raconteurs - Broken Boy Soldier: projeto dos sonhos que une Jack White e Brendan Benson, dois compositores de mão cheia. Um elo entre o Led Zeppelin e os Beatles jamais alcançado antes. Ouça "Intimate Secretary" e "Hands", dois belos exemplos.
Johnny Cash - American V: A Hundred Highways: Antes de partir desta para uma melhor Cash havia finalizado estas que são as últimas canções registradas em estúdio antes de sua morte. O tom tristonho do disco revela atmosfera carregada de um homem que não suportou viver mais separado de seu grande amor: June Carter que falecera seis meses antes. Lúgubre até mesmo na capa (que contém uma foto de Cash em P&B olhando fxamente para baixo) o álbum comove até mesmo as pessoas de coração "duro" graças ao lirismo apaixonado contido aqui.
Muse - Black Holes and Revelations: A imprensa ,em sua maioria, não gostou, mas eu adorei. Não ouviu os discos anteriores do grupo porém que o fantasma do Radiohead parece não assombrar mais. Quer dizer menos, pois a voz de Matthew Bellamy é inegavelmente similar a de Thom Yorke. Contudo este álbum é um discos mais versáteis de 2006, emulando sonoridades das mais variadas. De Depeche Mode ao Queen para se ter uma noção. Se este é o disco mediano deles imagino como será o bom. Confesso: estou com medo do Muse.
Bruce Springsteen - We Shall Over Come: The Seeger Sessions: Já havia escrito sobre as maravilhas cometidas pelo cantor aqui. E as mesmas ainda valem. Discaço!
Flaming Lips - At War With The Mystics: Também já comentado aqui, mas agora com uma ressalva: Wayne Cone é um semi - Deus dos dos indies. E tenho dito!
Ben Harper - Both Sides of The Gun: Disco duplo conceitual (que cá para nós: somados os tempos de cada um caberia em um único cd) do mais versátil cantor dos últimos tempos. De uma lado as mais belas e serenas canções compostas por ele. De outro funks e rockões enfezados para alegria da massa. Um disco que agrada a gregos e troianos com folga.
E não para por aí! Na próxima discos nacionais que você não pode deixar de ouvir.

Um comentário:

  1. debutamene clothdollmente falando,tocaram Born in the USA do Boss antes da gente entrar.


    minha inspiração para fazer o show.

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