
Você acredita que música pode salver vidas? Caso afirmativa a resposta você já fora salvo alguma vez? Pois eu digo sem pestanejar que fui por várias vezes. Mas nada de suícidio aqui. Quando falo em ser salvo faço menção a reviravoltas na vida. Ao famoso termo "dar a volta por cima" para seguir em frente. Como exemplo, posso citar o fato de Summerteeth do Wilco (que nada mais é que um verdadeiro manual de como superar as dores pós - relaciomaneto findado) ter me dado bastante força anos atrás.
Sei que encontrar respostas em canções é um misto de Rob Fleming sindrome como também uma certa dose de infantilidade, mas este sou eu. O que posso fazer?
Mas se para cada Summerteeth existe seu réves então está aí West novo álbum da maravilhosa cantora e musa country Lucinda Willians.
Diferente dos álbuns anteriores o disco tem como essência a tristeza latente. E para tanto, essa novidade assusta na primeira audição a velhos fãs como eu habituados a sua voz rasgante, precisa e potente. A energia de antes agora ganha placidez. E não falo somente da voz: as guitarras de outrora que antes emulavam a sua porção Stones (via Keith Richards) dão lugar a sonoridades sutis e violões muito bem encaixados, docemente melodiosos.
Os títulos das canções também são um viés para compreender o novo universo adentrado por Willians: "Learning How To Live", "Fancy Funeral", "Rescue", "Where Is My Love?" e "Everything Has Changed" são alguns exemplos.
Há quem pense que o fato de ouvir constantemente canções tristes a tornam uma pessoa como tal. Porém, não enxergo nessa ótica. Há momentos que se faz necessário "curtir" um pouco da tristeza. Tal como nas cenas finais de Elizabethtown, dirigido por Cameron Crowe, onde Clare (personagem de Kirsten Dunst) diz a Drew Baylor (personagem interpretado por Orlando Bloom): "curta a tristeza intensamente por cinco minutos e depois esqueça - a". West, eu sei, não tem cinco minutos de duração (na verdade são 68), mas este é um dos raros casos que, como diria o falecido Jeff Buckley, a tristeza ganha contornos brilhantes. E Lucinda o faz muito bem. E a vida segue...
* Canção emblemática do Depeche Mode
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