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19 de maio de 2010

Once, twice and ever.


Havia declarado o falecimento deste espaço, mas a paixão pela vida me fez voltar. Os motivos são vários, mas por hora, é simples e belo: Once, filme lançado em 2007 e dirigido/escrito por John Carney.
A película chegou a causar certo burburinho no universo pop vide ao fato de ter concorrido e, merecidamente, ganhado o Oscar de melhor canção. Mas os atrativos desta película são muitos outros.
Dialogando com a máxima do ator Jeff Brigdes, via o recente Coração Louco, a essência do filme poderia ser assim dita: “quanto mais triste a vida, mais doce é a canção”.
O roteiro aborda a vida Glen Hansard e Marketa Irgova.”, músicos que buscam seu espaço num mundo cada vez mais complicado. Porém, mesmo com um passado aterrador, que não que conseguem ignorar, ambos acreditam que não importa o quão dura e aparentemente imutável a vida possa ser. A canção é o mote de sobrevivência e da realização do seus sonhos.
Rodado de forma manual (quase documental) em quase todas as tomadas, este recurso auxilia a exposição da veracidade histórica.
Em tempos de cifras milionárias para a realização de uma obra, assistir a um filme de baixo orçamento, mas de rara beleza me faz lembrar da celebra frase do falecido gênio François Truffaut que dizia que independente dos recursos financeiros o que garante a sobrevivência do cinema são as boas histórias. E Once de forma simples e apaixonada mantém viva a chama da cultura pop. Amém.

3 comentários:

  1. Ahhhhhhhhh discordo.
    Por que o passado deles é aterrador? Só pq um levou um pé na bunda, foi chifrado e não consegue esquecer a mulher, e o outro foi tentar a vida em outro país deixando o marido pra traz??
    Essas coisas não fazem a vida aterradoras, aterrador é ser fraco suficiente de fazer essas causas a sua bandeira.
    =**

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  2. André Resende1:11 PM

    O cinema como qualquer outra criação artística não é algo fácil; tranqüilo; não trabalhoso. Há quem deposite toda a sua responsabilidade na intuição. Mas a intuição válida é aquela bem alimentada; a que encontra mãos bem treinadas, visão apurada, senso crítico. No entanto, mesmo o cinema, com toda a sua demanda tecnológica e de gente qualificada, não requer necessariamente muito dinheiro. A arte só pede inapelavelmente talento; aquilo que se conquista com devoção, loucura e certo toque de estupidez. Ao contrario, o talentoso não é um gênio... Pois só ele acha que grana não é tudo! Já que de arte neste mundo só os medíocres é que vivem bem dela.

    Por natureza nenhum passado é aterrador. Aterrador só pode ser o presente. O amor é a única dor para qual não se tem remédio. Mas é um mal hoje muito pouco comum. O que pode nos abater se o que trazemos de historia para nossas vidas é o que simplesmente aconteceu na semana passada? O amor doe por que é algo não resolvido, e ficou lá trás! Não ontem ou a semana passada, mas naquilo que a gente era antes do nosso avô nascer! Um pé na bunda é o pior dos mundos! Abandonar alguém é a mais cruel das culpas! Mas numa linha de tempo; no que foi... Pois é lá do inalcançável que desprendem as “terras” e nos aterra. Ali do passado sublime, em que inocentemente nos descuidamos. Esta é a única bandeira. É dar bandeira! Também não rende nenhum tostão...

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  3. Concordo com vocês caros leitores (rs). Aterrador foi uma palavra usada de errônea aqui. Talvez o certo seria passado inquietante, mas, enfim, deixarei como está.

    E a você meu caro mestre André fica o agradecimento de mais um comentário bestial de sua parte.
    E a minha amada Lu Mahé deixo os meus beijos.

    Inté.

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