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19 de agosto de 2010

Qual o sabor da nostalgia?


Quais são os mecanismos que movem o passado? Por que sempre gostamos de retomar/reviver tempos já vividos? Quais são os sabores e desabores que a nostalgia nos trás? Essa gama de perguntas enevoaram minha mente após a leitura de Clube dos corações solitários obra de André Takeda.
Lançado em 2001, o livro traz à tona um história simples, contada de forma informal, desfragmentada e com personagens "fúteis". E se pensada dessa forma talvez a obra não tenha tantos atrativos literários já que se comparados a clássicos atemporais da literatura (quem nem cabe citar aqui) se torna uma obra menor. Mas muito se engana quem pensa desta forma.
No pós-segunda guerra mundial, a literatura (principalmente a norte-americana) ganhou outros contornos e estruturas que em quase nada se assemelham ao tradicional. Objetivando dialogar com o público se sua geração, um exemplo clássico dessa revolução é O apanhador no campo de centeio de J.D. Salinger cujo personagem central é um garoto desajustado e perdido num mundo cada vez mais confuso. Reside aí o mote central do livro do autor. Lá temos um grupo de jovens que procuram se encontrar em meio a diversas escolhas como carreiras, amores e amizades. Garotas e garotas que assim como eu nasceram na década de 80, cresceram vendo tv e na década de 90 passaram a consumir (ou foram consumidos) pela cultura pop via filmes, livros, canções fator este que faz com que a narrativa seja carregada de referências.
De maneira geral esse tipo de literatura (chamada de fast-food) tem a sua validade. Porém, não deve ser ignorada já que de certa forma a alimenta a saudosa nostalgia de um tempo bom que se foi e não volta mais.
P.S. Como consta na epígrafe do livro "Maturidade é uma fase, adolescência é para sempre" Jules Feiffer.

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