Páginas

24 de agosto de 2010

Terrible love

Parêntesis: Ano de 2008. A banda The National colhia os louros do aclamado disco The Boxer (tido como um dos melhores de 2007) e fez uma elogiada turnê pelo nosso país em Novembro daquele ano. Num total ato de loucura abandonei minhas atividades de trabalho e parti para Vitória, capital do Espírito Santo, onde nem mesmo um lugar para ficar eu tinha. Porém, essa atitudade insana fora totalmente recompensada: o grupo fez um dos mais belos shows que estes olhos já viram.

A apresentação realizada para os 300 sortudos que foram ao teatro da Faculdade Federal do daquele estado foi carregada de emoção. Privilegiando a nata de seu repertório, a banda surpreendeu o público presente graças a um grande carisma, injetando força e pungência as canções executadas naquela noite especial. A mistura de influências dispares como Bruce Springsteen e Joy Division no som conquistou o público de tal forma que quem esperava pelo MGMT (a "grande" atração) saiu de queixo caído.

Voltando para 2010, muita expectativa se criou em qual seria próximo passo da banda que havia conquistado de lá pra cá bastante prestígio da crítica e apresentações ao lado de Wilco e R.E.M. E o silêncio foi rompido via High Violet.

Dificil nas primeiras audições, o álbum lançado em Janeiro de 2010, vai crescendo a cada play. A estrutura das canções de certa forma rende comparações ao jeito The Smiths/Morrissey de ser: apresenta tristeza em suas letras retratando amores perdidos, o estado de medo ante as pessoas, fantasmas que assobram noites obscuras e doses parcas de esperanças quanto ao mundo estão no cardápio. Tudo isso executado de forma brilhante graças ao instrumental que adiciona o contexto de beleza necessário ante a poesia escrita por Matt Beringer (vocalista e compositor da banda).

Indiscutivelmente, em tempos de vazio sentimental, este grupo do norte-americano segue a sua ousadia musical ao apostar em falar de peito aberto sobre os temores que nos cercam. E o fazem de maneira sublime como poucos (muito poucos) fazem tão bem hoje. Ponto para eles.

Nenhum comentário:

Postar um comentário