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4 de setembro de 2005

I’m tired, so tired

Já virou clichê, mas ultimamente tenho andado tão cansado que praticamente não tenho feito nada. Até gosto do modo que estou levando a vida atualmente (conciliando faculdade, mudanças de horários de trabalho intermináveis etc.). Entretanto sinto falta de alguns coisas como saídas com amigos de longa data, ter tempo para leitura de um bom livro, andar sem aquela pressa do dia a dia etc.. Bom, como dizem por ai, há males que vem para o bem então... estou esperando e tentando viver um dia de cada vez.
Cinema
Semana passada rolou por aqui em BH o Indie 2005 – Mostra de Cinema Mundial. Sem sombra de dúvida esta foi a melhor edição do festival que ficou lotado em todos os dias. Gostaria de ter conferido mais filmes (como alguns do Ingmar Bergman), mas como estava trabalhando não deu para assistir todos que desejava. Eu, particularmente, destaco dos seguintes:
Na sexta conferi o ótimo documentário Dirija bem, Durma com cuidado que retrata o dia a dia da banda Death Cab For Cutie durante exaustiva turnê pelo mundo. Quem ainda dúvida que o "indie rock é novo pop" precisa assistir este filme.
No tumultuado sábado tinha a intenção de assistir a produção francesa Lila Diz, mas como os ingressos acabaram antes do horário previsto optei por assistir ao maravilhoso Sob o Céu do Líbano filme este que possui um roteiro simples, diálogos hilários e uma de amor história comovente.
Domingo começou com o fabuloso e denso Dear Wendy. O filme conta a história de quatro garotos "pacifistas" moradores de uma pacata cidade do interior que resolvem criar um clube bélico secreto (chamado "Dândi") cujo lema é: "Nunca saque sua arma". Tudo ocorre bem até que um belo dia os planos mudam de figura. Paro por aqui para não estragar o desfecho desta história, mas aviso que é surpreendente. Vale destacar ainda a trilha sonora (somente com canções do Zombies) e também, claro, elogiar o roteiro primoroso do excêntrico (e por que não insano) Lars Von Trier.
Logo em seguida foi a vez do audaz Drift, projeto idealizado por Lee Ranaldo do Sonic Youth junto a artista visual Leah Singer. Audaz por que o filme mescla em sua uma hora de duração imagens gravadas por Leah a música experimental e a poesia de Ranaldo. O resultado desta salada é que podemos chamar de "poesia visual". Simplesmente sublime.
Para fechar esta verdadeira maratona assisti ao lindo Querido Frankie. Já fazia um bom tempo que não contemplava um filme tão bom que obtivesse uma boa fotografia, um bom roteiro, atuações corretas e uma trilha sonora perfeita. Altamente recomendável.
Para fechar o festival conferi o também recomendável Crimes em Wonderland. O filme retrata a história real do lendário ator pornô John Holmes (interpretado, e bem, por Val Kilmer). Viciado em drogas e encharcado de dívidas (fatores estes que o inibe de atuar), Holmes se associa a um grupo de assaltantes para cometer um grande roubo na casa do criminoso Eddie Nash. O assalto acaba não ocorrendo da forma planejada e Nash jura vingança. Para completar, a trilha sonora 70’s (época em que o filme é ambientado) e a ótima direção de James Cox completam o pacote.

Música
Sem muitas novidades, esta semana foi comandada pelas ótimas (e bem parecidas) trilhas sonoras de Boogie Nights e O Verão de Sam. Semelhantes por que além de possuírem faixas iguais ("Got To Give It Up" de Marvin Gaye e "Best of My Love" do The Emotions) tem o mesmo tema: a era disco. Para complementa, pérolas de artistas como ABBA, Chic, The Commodores entre tantos outras que não deixam ninguém ficar parado. Mas as semelhanças não param por ai. Afinal de contas, como podemos explicar as presenças de "estranhos britânicos no ninho" como o The Who (com a clássica "Baba O’ Riley") e os Beach Boys (com a também clássica "God Only Knows")?
Para finalizar, o clássico Disraeli Gears (do magistral Cream) e o subestimado Ectasy do mestre Lou Reed fecharam esta semana em altíssima rotação.

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