Lá pelos idos de outubto de 2003 a, hoje celebridade mundial (por diversas razões, alcoolismo incluso), a inglesa Amy Winehouse lançava seu disco de estréia, Frank, e tinha tudo para conquistar o globo naquele período. O disco, soberbo por excelência, oscila sonoridades que vão desde a estética jazz ao hip hop, passando pelo soul e o pop sem deslizes. Precedido pelo single "Stronger Than Me", que passou desapercebido na parada inglesa amargando uma dolorosa 71º posição, o álbum foi ganhando força single por single e atingiu a marca de 1 milhão de cópias, mas poderia ter logrado sucesso maior se o fenômeno Joss Stone não tivesse varriado qualquer outra manisfestação feminina no campo musical.
Um mês após ao lançamento de Frank Joss debutou via The Soul Sessions e dominou as paradas daí em diante. E de forma justa. O disco revitaliza a soul music através de 10 covers sendo algumas inusitadas tal como "Fell In Love With a Girl" do White Stripes (convertida para "Fell in Love with a Boy") que verte o rock visceral do duo norte - americano em uma balada carregada em suingue. Isto agregada a sua bela voz, sua beleza jovial e a comparações com diva Aretha Franklin contribuíram para que o disco ganhasse espaço enorme nos meios mídiaticos (jornais, revistas, rádios etc.) e fizesse bonito nas paradas.
Catapultada pelo sucesso, já em 2004, Joss lança seu segundo álbum, o autoral Mind, Body & Soul e alcança a extraordinária marca de 4 milhoes de cópias em poucos meses graças a repercusão dos singles "You Had Me", "Right to Be Wrong" e "Don't Cha Wanna Ride". O álbum, quanto a sonoridade, não difere do disco anterior e é justamente aí que reside a sua força, pois o frescor de suas canções iriam permancer por um bom tempo.
E lá se foi o ano de 2005 e Joss colheu os frutos de seu trabalho e optou por aproveitá - los. E talvez esse tenha o seu maior deslize. O motivo? Os holofotes da impressa agora já elegeram a suas novas musas: a já citada Amy Winehouse e Lily Allen.

Amy que passou um período de ostracismo de três anos voltou a gravar e o resultado fora o já comentando em posts anteriores
Back To Black disco que explora de forma grandiosa sua verve black em todos os sentidos que essa palavra possa se relacionar, seja pela sonoridade oriunda da música negra via
soul, funk e pitadas de jazz, seja pela carga pesada das letras que giram em torno de relacionamentos fracassados e eternas bebedeiras. A produção, sempre primorosa, de Mark Ronson (Macy Gray) auxiliou ao novo direcionamento a carreira de Amy que agora conquistou reconhecimento por parte do público e o prestígio de gente como o mestre Paul Weller.

E falando em Mark Ronson, outro disco que fora produzido pelas suas mãos em 2006 fora
Alright, Still disco de estréia de Lily Allen. Filha do comediante Tim Allen e doida varrida (causadora de inúmeras confusões) a cantora surgiu como fênomeno na internet graças a excecução maçica de "Smile", primeira música de trabalho, que fora baixada em sua página no
my space por milhões de pessoas e a partir daí criou - se expectativa enorme acerca do álbum cheio que chegou às lojas em meados de julho de 2006. O disco, uma verdadeira delícia pop, é um dos grandes achados do ano passado graças a voz adocicada de Allen que somada a competência dos músicos presentes no álbum, a sonoridade que vai do reggae ao grime (o tradicional rap inglês no qual Mike Skinner do The Streets é o principal representante) e as letras extremamente irônicas (tente não rir com "Smile" ou "Friday Night").

Com isso ambas, Lily e Amy, são, agora, o centro das atenções por aí e seguem ao redor do globo conquistando platéias graças as muito elogiadas apresentações. E no meio desse turbilhão Joss Stone tenta correr atrás do "tempo perdido" via
Introducing Joss Stone, seu recém lançado terceiro trabalho que se depender da crítica não vai conseguir alcançar novamente o posto perdido. E realmente o disco não implaca. Na tentativa, talvez, de se aproximar ainda mais do mercado americano (tal como Nelly Furtado realizou de forma aprofundada em
Loose) o álbum oscila de forma, em sua maioria, errônea no campo minado do hip hop e resultado alcançado, ironicamente, não fora explosivo. Quando aposta sua verve black como em "Put Your Hands On Me" acerta em cheio, mas quando aposta em outras o resultado fica aquém do que já fora produzido nos discos anteriores e soa por vezes insosso. Prova disso está na faixa "Music" na qual nem mesmo a participação da sumida, mas grandiosa, Lauryn Hill ajuda. Em suma, Joss, e seus longos cabelos vermelhos assemelhando - se a um palito de fósforo, digamos, pensa em acender o pavio, mas receia em acender. Uma pena.
Nenhum comentário:
Postar um comentário