Assistir a American Gangster, nova obra de Ridley Scott, foi como diria Woody Allen sobre Fyodor Dostoievsky "uma refeição completa", mas semanas depois a mesma se tornou um pouco indigesta.
Antes de mais nada não mudarei minha opinião sobre o filme. Sim, ele é grandioso. O elenco atua de forma competente. A fotografia é fiel ao período retratado (os anos 70). A trilha sonora é deliciosa. Até mesmo a parte fantasiosa (leia-se: exagerada) da vida do traficante Frank Lucas passa batido. Porém, faltou um pouco da direção.
Que Scott é um grande diretor isto Blade Runner e Alien já comprovaram, mas há algo de estranho. Afinal, a obra em nada se parece com qualquer outra de sua autoria. Se a mesma fosse vendida, para leigos, como de autoria de Martin Scorsese passaria batida tamanha a semelhança com o universo retratado na mente do diretor de Infiltrados, Caminhos Perigosos e tantos outros. Em suma: faltou pulso para Scott.
Essa máxima se faz valer para vários dos aclamados novos diretores que seguem o encalço do Scorsese. Porém, David Cronenberg é a exceção. E não é pelo fato de ambos serem da mesma geração. A grande diferença pode ser percebida em suas duas últimas obras: Marcas da Violência e a que presto à escrever agora, Senhores do Crime, onde o diretor se "aventura", mais uma vez, na ótica do gênero gângster/máfia, mas com uma grande diferença: sob a sua ótica.
A máfia russa está lá, travestida na pele do personagem Kirill (interpretado por um Vincent Cassel como a gente gosta: insano), seu pai Seymon (Armin Mueller-Stahl) e Nikolai (Viggo Mortensen). Porém, a maneira que Cronenberg a trabalha no filme é impressionante e ousada.
Assimilando a visão romântica de Coppola (via O Poderoso Chefão) e adicionado a já tradiconal violência de seus filmes (e por que não também de Scorsese), estes dois fatores, que aqui estão muito bem doados, já fariam do filme o seu diferencial. Porém, ainda não seria uma obra de Cronenberg. Então o que o faz ser diferente dos outros você se pergunta? Bom, para os conhecedores da filmografia de Cronenberg existe fundamental em seus filmes e que aqui está soberdo: o perfil psicológico oscilante dos personagens trabalhado as minúcias. Cada detalhe, cada pensamento, cada ação é transposta a tela sem mazelas. Da ternura ao ódio. E a indicação de Mortensen é mais do que justa ao Oscar, pois o domínio de um personagem dessa natureza impressiona e prova o quão rendosa está sendo sua parceira junto ao diretor.
Qualidades somadas, Senhores do Crime é um grande trunfo na longa carreira de David Cronenberg, pois ele não só realizou um grande filme como também subverte o gênero que tendia a desgastar. Mas nas mãos dele se torna novidade.
Antes de mais nada não mudarei minha opinião sobre o filme. Sim, ele é grandioso. O elenco atua de forma competente. A fotografia é fiel ao período retratado (os anos 70). A trilha sonora é deliciosa. Até mesmo a parte fantasiosa (leia-se: exagerada) da vida do traficante Frank Lucas passa batido. Porém, faltou um pouco da direção.
Que Scott é um grande diretor isto Blade Runner e Alien já comprovaram, mas há algo de estranho. Afinal, a obra em nada se parece com qualquer outra de sua autoria. Se a mesma fosse vendida, para leigos, como de autoria de Martin Scorsese passaria batida tamanha a semelhança com o universo retratado na mente do diretor de Infiltrados, Caminhos Perigosos e tantos outros. Em suma: faltou pulso para Scott.
Essa máxima se faz valer para vários dos aclamados novos diretores que seguem o encalço do Scorsese. Porém, David Cronenberg é a exceção. E não é pelo fato de ambos serem da mesma geração. A grande diferença pode ser percebida em suas duas últimas obras: Marcas da Violência e a que presto à escrever agora, Senhores do Crime, onde o diretor se "aventura", mais uma vez, na ótica do gênero gângster/máfia, mas com uma grande diferença: sob a sua ótica.
A máfia russa está lá, travestida na pele do personagem Kirill (interpretado por um Vincent Cassel como a gente gosta: insano), seu pai Seymon (Armin Mueller-Stahl) e Nikolai (Viggo Mortensen). Porém, a maneira que Cronenberg a trabalha no filme é impressionante e ousada.
Assimilando a visão romântica de Coppola (via O Poderoso Chefão) e adicionado a já tradiconal violência de seus filmes (e por que não também de Scorsese), estes dois fatores, que aqui estão muito bem doados, já fariam do filme o seu diferencial. Porém, ainda não seria uma obra de Cronenberg. Então o que o faz ser diferente dos outros você se pergunta? Bom, para os conhecedores da filmografia de Cronenberg existe fundamental em seus filmes e que aqui está soberdo: o perfil psicológico oscilante dos personagens trabalhado as minúcias. Cada detalhe, cada pensamento, cada ação é transposta a tela sem mazelas. Da ternura ao ódio. E a indicação de Mortensen é mais do que justa ao Oscar, pois o domínio de um personagem dessa natureza impressiona e prova o quão rendosa está sendo sua parceira junto ao diretor.
Qualidades somadas, Senhores do Crime é um grande trunfo na longa carreira de David Cronenberg, pois ele não só realizou um grande filme como também subverte o gênero que tendia a desgastar. Mas nas mãos dele se torna novidade.
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