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28 de fevereiro de 2009

Cenas de um casamento ou um núcleo familiar como o meu ou o seu


Após um hiato ficcional dedicado aos documentários (Neil Young e Jimmy Carter foram alguns) Jonathan Demme, o eterno diretor de Silêncio dos Inocentes, retorna a ativa transitando em ambos os gêneros, e de forma surpreendente, em Rachel Getting Married (O casamento de Rachel).
Conduzido à lá Robert Altman (que é citado nos créditos de agradecimento), o filme traz inovações estéticas ao cinema do diretor que optou por utilizar câmeras manuais trazendo assim veracidade ao enredo e “casando” diretamente com o roteiro espontâneo da estreante Jenny Lumet, filha do diretor Sidney Lumet.
A trama aborda um núcleo familiar diversificado que se reúne para a cerimônia de casamento. Nela observamos pais divorciados, amigos de longa data engraçadinhos, ciúmes de todos os lados e música (muita música).
Porém, o centro desta narrativa reside na figura das irmãs Kym (Anne Hathaway em atuação impecável) e Rachel (Rosemary Dewitt que também não fica atrás em termos de atuação). Opostas ao extremo de um lado temos a figura de Kym, uma ex-modelo recém saída de uma clínica de reabilitação, e Rachel, centrada, inteligente e responsável.
De inicio a relação entre ambas é relativamente calma e harmoniosa, mas no decorrer da película a tensão se estabelece à medida que o passado de Kym é revelado e discutido entre todos e a inevitável “lavação de roupa suja” toma conta.
Não muito diferente da vida real, Rachel Getting Married é um filme que agrada não só pela veracidade já comentada aqui, mas pelo tom melancólico deixado na reta final provando que nem só de happy endings vive Hollywood.

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